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sábado, 20 de dezembro de 2014

Degustação do Azul, Chateau Kefraya, Alvarez de Toledo e Yellow Tail


   No dia 17 de Outubro de 2014 fomos conhecer o espaço do restaurante Four Bistrô no Mirante do Farol para realizar nosso encontro  do mês. Como havia desfalques, cada confrade levou um vinho para fazermos nossa avaliação, sem prévio conhecimento e foi mais um momento gratificante onde desfrutamos da boa prática. O local agradou muito. Belas instalações, uma vista incrível, excelente comida e o atendimento muito especial do proprietário Tiago, também apreciador dos prazeres enológicos. Contamos também com o prazer da presença do Barto, representante da Distribuidora Cantu.





Vinhos degustados:


  Yellow Tail, Cabernet Sauvignon, 2013, Australia


  Produzido pela gigante Casella Wines, empresa familiar australiana fundada em 1969 por imigrantes da Sicilia.
   
   A linha Yellow Tail é um dos vinhos mais conhecidos mundo afora. Chegou a ser a linha mais importada pelos Estados Unidos. O inconfundível rótulo do canguru amarelo realmente representa uma efígie mental de qualquer frequentador de lojas de vinhos. A proposta é fazer um vinho descompromissado de baixo custo que agrade.

  Em nossa degustação notamos que a proposta da vinícola é seguida a risca. Não é um  vinho complexo, não é estruturado, não tem grandes surpresas, mas é agradável. Um vinho leve, saboroso, descontraído.

   No nariz, frutas vermelhas e notas de levedura. Na boca é frutado, fácil de tomar, leve, ideal para agradar a todos, inclusive aos bebedores eventuais. Sem pretensões é um vinho do dia a dia.

   CL 85



    Alvarez de Toledo, Mencia, 2009, Bierzo , Espanha

  A histórica vinícola familiar espanhola tem cepas com mais de 100 anos e está localizada em El Bierzo, região de Castilla y León, no noroeste da Espanha, um dos locais onde se encontra a autóctone uva Mercia, que é cultivada desde o Império Romano.

   A variedade, que é muito comparada à cabernet franc e não é muito conhecida fora da Espanha, tem muitas qualidades aromáticas e muitos apreciadores. Foi nossa primeira experiência com a cepa.

   Este vinho teve 10 meses de barris franceses e americanos.

   Na nossa degustação sentimos aromas interessantes a frutas negras, cereja, canela, tostado.

  No paladar denotou sabor amadeirado, couro, acidez intensa, diferente. Agradou, embora a acidez fosse muito predominante, causando certo desequilíbrio, mas não comprometeu muito, nem tirou o prazer. Um vinho bom de conhecer.

   CL 89



   Azul Reserva, Malbec e Cabernet Sauvignon, 2011, Mendoza, Argentina

   A pequena Adega La Azul produz poucas garrafas e prima pelo cuidado na produção, que é própria, e pela qualidade nos processos. São produzidos apenas 4 rótulos, 2 varietais malbec e cabernet sauvignon e 2 blends com as mesmas uvas.

   Apesar de ser fundada em 2003, tem vinhedos com mais de 50 anos de idade, além de parreiras novas, localizadas aos pés das Cordilheiras dos Andes em Tupungato, Vale do Uco em Mendoza.

   O vinho degustado estagiou 15 meses em barris franceses e americanos.

   No nariz impressiona pela complexidade, uma verdadeira viagem de aromas. Inicialmente pareceu um pouco mineral, fresco, frutas negras, cassis, mirtilo, champignon fresco, balsâmico. Ao final apresentou notas de groselha e baunilha.

   No paladar mostrou-se amadeirado, frutado, encorpado, sedoso, harmonioso, muito saboroso. Um vinho surpreendente, com muita personalidade. Foi o vinho da noite.

   CL 93



   Chateau Kefraya, 2009, Líbano

  É sem dúvidas exótico provar um vinho libanês, por não ser um país tradicional nesta produção. Os vinhedos estão a 1000 metros de altitude no Vale do Beeka, considerado como uma das melhores regiões do país para o cultivo. O Chateau Kefraya é o maior produtor com cerca de 2 milhões de garrafas por ano. A área de cultivo no país vem ampliando, juntamente com os investimentos em modernização.

   O vinho é um blend que passou por barris franceses e que no nariz apresentou frutas negras e baunilha.

  No paladar vimos taninos acentuados, um vinho forte, intenso, bastante alcoólico. Demonstrou muita rusticidade. Um pouco difícil de tomar. Mas foi muito bom provar um vinho fora do circuito.

  CL 86

   

Degustação do Stagnari Viejo, Canepa Finíssimo, Cabal e Rodney Strong


   Dia 11 de Novembro, fizemos nosso encontro para fazer a degustação de 5 vinhos de diferentes cepas às cegas, onde buscamos identificar os rótulos previamente conhecidos e realizamos a devida avaliação.

  Fizemos a identificação com sucesso dos rótulos quase unificada por todos e foi mais um momento de grande aprendizado e satisfação pela prática realizada entre amigos.




  Os rótulos:



  H. Stagnari Viejo, Tannat, 2011, Uruguai

  O primeiro vinho a degustar foi também o melhor da noite, o tannat  H. Stagnari.

  A história da cepa tannat no Uruguai remonta à  chegada da uva, hoje uva símbolo nacional, ao país em 1874, trazida pelo pioneiro Basco-Francês Harriague que iniciou seu plantio na cidade de Salto.

  Em 1978 Hector Stagnari retorna de sua experiência de estudos e trabalhos  em 2 vinhedos em Bordeaux e Chateneaf du Pape, inicia um trabalho investigativo para produção de vinhos de alta gama, avaliando clima, sol e solo no Uruguai, para encontrar o melhor local para produzir o tannat. Após meses de investigação chegou à região conhecida como " Nueva Hespérides" em Salta, que possuía uma forte amplitude térmica, solo argilo arenoso na primeira capa e pedras roladas em segundo nível com pouquíssima matéria orgânica e ótima drenagem.

   Curiosamente após uma série de investigações históricas no ano 2000 descobriu-se que esta área foi a mesma utilizada pelo pioneiro Harriague, que muito tempo atrás já visualizava a apropriação do terroir local para o tannat. Ainda hoje são produzidas neste local as uvas para o preparo dos melhores rótulos da vinícola.

  O vinho degustado é surpreendente. Foi agraciado com medalhas de ouro e prata em muitos concursos mundo afora. Foge das características muito adstringentes de muitos tannats.

  No nariz inicia com um aroma sutil de frutas negras, muito agradável, evolui na taça e apresenta notas de café e chocolate.

  No paladar é intenso, encorpado, frutado, redondo, aveludado, amadeirado, com taninos muito macios, levemente herbal. Muito saboroso. Um vinho muito bem elaborado, com muita estrutura. Extremamente prazeiroso.

  CL 93




  Canepa Gran Reserva Finíssimo Cabernet Sauvignon, 2012, Vale do Colchagua, Chile

  A vinícola Canepa foi iniciada em 1930 pelo italiano Giuseppe Canepa Vacarezza em Valparaiso no Chile. Em 2007 fechou uma aliança com a gigante Concha y Toro, que fez fortalecer a imagem da marca e potencializou a distribuição pelo mundo. Hoje sua produção se encontra nas terras do Vale do Colchagua, a sudoeste de Santiago.

  A vinícola comenta que a linha Finíssimo provém, nos anos 60, da parcela que o fundador reservava para o próprio consumo da família.

  Este cabernet esteve por 13 meses em barris franceses com 90% de cabernet sauvignon, 8% de carmenere e 2% de cabernet franc.

  Na nossa degustação, apresentou aroma a frutas vermelhas com bastante frescor. No paladar apresentou pouco corpo, era um pouco ralo, com acidez intensa, taninos fortes e certo amargor. Faltou equilíbrio, um vinho muito simples que não agradou muito.

  CL 84




  Canepa Gran Reserva Finíssimo Carmenere, 2012, Vale de Marquigue, Chile

  Já este vinho da mesma linha da Canepa foi produzido com 90% de carmenere e 10% de cabernet sauvignon estagiou 13 meses em barris franceses e americanos.

  Este exemplar sim agradou, com aromas muito intensos de frutas negras e vermelhas e notas de baunilha. 

  No paladar percebeu-se um sabor amadeirado, frutado com destaques para morango, muito bom corpo e boa acidez. Muito agradável.

  Curioso como 2 vinhos de uma mesma linha podem ser tão diferentes em resultados qualitativos.

  CL 90



  Cabal Reserva, Malbec, 2012, Mendoza, Argentina

  Este vinho é produzido pela San Carlos Sud, uma cooperativa formada nos anos 80 que reúne mais de 50 produtores locais, hoje com produção de mais de 10 milhões de litros anuais. Vinícola localizada na subregião de São Carlos no Vale do Uco em Mendoza. Os vinhedos estão a mais de 1000 metros sobre o nivel do mar e aos pés das Cordilheiras dos Andes.

  O vinho passou por 16 meses em barris franceses e americanos e demonstrou aroma levemente adocicado e frutas negras.

  No paladar sentimos taninos marcantes, acidez intensa, pouco complexo e bastante adstringente. Não é ruim, mas não empolga.

  CL 87



  Rodney Strong, Estate Vineyards, Pinot Noir, 2012, Russian River Valley, Califórnia, USA

  A vinícola foi fundada pelo ex-dançarino americano Rodney Strong que nos finais dos anos 50 foi um dos que apostaram na região de Sonoma para a produção de vinhos. Em 1989 a planta foi modernizada após a compra da vinícola pela família Klein que a dirige até hoje. A vinícola procura adotar a prática de produção sustentável, incluindo a instalação em 2003 de grandes painéis solares para que seja utilizada a energia gerada na sua produção e afirma que na produção a emissão de carbono é neutra.

O vinho passou 10 meses em barris franceses, o que se fez perceber no aroma à baunilha , conjuntamente às frutas vermelhas.

 No paladar mostrou-se leve, fresco, com acidez preponderante, leve amadeirado, muito bom sabor. Um bom pinot noir.

CL 90

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Degustação do Intipalka, Espino Gran Cuvée, Quinta Nova Damas do Vinho e Falerno del Massico

       Em 07 de outubro de 2014 tivemos mais um encontro em Maceió de nossa Confraria no restaurante Caruaru.



Degustamos 4 rótulos:


Intipalka, Vinícola Santiago Queirolo, Malbec, 2012, Ica , Peru

      A Vinícola Santiago Queirolo é uma tradicional produtora de pisco e vinhos de mesa, inaugurada em 1880 em Lima no Peru. Em 1962, muda-se para o Vale Cañete, no Sul do país e em 2002 novamente muda de local para o atual endereço, no promissor Vale de Ica, em função do processo de renovação da terceira geração da família que contratou enólogos profissionais e iniciaram a modernização da planta e investiram no início da produção de vinhos mais elaborados.

       Em 2009, os enólogos Jorge Queirolo,  neto do fundador, e Ernesto Jiusan, iniciam a linha Intipalka, que buscam refletir o terroir da região.

      Este malbec agradou, demonstrando agradável aroma a frutas vermelhas, com destaque para framboesa e morango em compotas, adocicado e com notas florais.

        No paladar tinha sabor suave, leve sensação de pimenta do reino, frutado, com notas herbais. 
        
        Foi uma boa experiência.

        CL 90
   


Espino Gran Cuvée, William Févre, Cabernet Sauvignon, 2011, Vale do Maipo, Chile

        Em nossa última degustação, já provamos alguns vinhos desta vinícola chilena.

      Este exemplar é um bem elaborado Cabernet Sauvignon, produzido aos pés das Cordilheiras dos Andes em Pirque.  25% do vinho é envelhecido em 11 a 13  meses em barris de carvalho francês, depois o vinho passa mais 8 meses na garrafa.

     Tem um agradável aroma a frutas vermelhas, é balsâmico e aveludado. 

   No paladar apresenta taninos acentuados, acidez e amargor bem presentes, amadeirado. Tem bom equilíbrio. 

     Agradou.

     CL  90



Quinta Nova ( Damas do Vinho), Nossa Senhora do Carmo, 2007, Douro, Portugal

      A importadora brasileira Vinea reuniu 3 mulheres de diferentes países e criou o projeto Damas do Vinho. O projeto prevê que parte do lucro seja destinado à ONG Banco de Alimentos.

        Este rótulo ficou por conta de Luisa Amorim da Quinta Nossa Senhora do Carmo, sob a administração da família Amorim desde 1999, localizada na região do Douro.

     Apesar das boas intenções do projeto, este rótulo decepcionou. Aroma sutil, frutas negras, cassis, levemente adocicado, balsâmico.
         
        Sabor excessivamente tânico, ácido, amargo, fortemente amadeirado. 

        Um vinho muito rústico, sem equilíbrio e nada feminino.

        CL 85



Falerno del Massico DOC Rosso, Villa Matilde, 2006, Cellote, Itália

       Há mais de 50 anos a Vinícola Villa Matilde produz vinhos na região de Campanha, próximo à Napole, no sul da Itália. 

        Este rótulo é produzido desde 1975.

       Com 80% aglianico e 20% piedirosso, é envelhecido por 1 ano em barris de carvalho.

       Este vinho realmente decepcionou, o que infelizmente não tem sido exceção entre grande parte dos italianos degustados.

        Aroma a frutas negras e tabaco. Vinho muito forte, tânico, áspero, rústico. Não tem harmonia.

       CL 84

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Degustação do Little Quino, Tarucco Colonna e Espino Gran Cuvée Chardonay

  Dia 13 de Agosto de 2014 fizemos mais um encontro para degustação no Caruaru, onde degustamos alguns vinhos brancos.

  Esta gama não têm sido tão frequente, mas sempre aprendemos um pouco mais a cada oportunidade de prová-los, sem contar a satisfação do encontro entre amigos.



Foram degustados 3 rótulos:


Little Quino, Viña William Fevre, Sauvignon Blanc, Valle Mallecon, 2012, Chile

  William Fevre chegou às terras chilenas há 20 anos, francês de Chablis, com família de longa tradição na produção vinícola, trouxe a bagagem de tecnologia, experiência e as mudas para iniciar o processo, que se tornou possível quando se associou  ao empresário metalúrgico chileno Victor Pino Torche que tinha terras propícias e o desejo de aprender.

  Ao longo do tempo o empresário tomou conta do negócio, comprando a parte do francês e hoje toca à sua maneira esta vinícola.

  Este vinho tem origem no povoado de Quino, no Vale do Malleco, no extremo sul do Chile, com terras de origem vulcânica, abundância de pedras e argila. Clima,  na primavera, de muito frio e chuvas abundantes e muito seco no verão, o que produz vinhos com bastante acidez e álcool ameno.
  Na degustação apresentou aroma a maracujá e casca de laranja. Na boca tem bastante refrescância, e suavidade, leve amargor no final de boca. Agradável, mas limitado.

CL 88

Tarucco Colonna Chardonay, 2011, Sicilia, Itália


  Nestas terras,  vinhos são produzido pela família Geraci desde 1920 na "Azienda Agricola Geraci", na região Central Oeste da Sicilia, em terras mescladas de solo argiloso e arenoso, distribuídos em áreas entre 400 e 500 metros acima do mar. Clima de grande amplitude térmica entre os dias e noites. Utiliza métodos orgânicos de cultivo.

  Este vinho é produzido com Chardonay e Grillo, uva muito utilizada na Sicília.

  Este vinho, além do belíssimo rótulo, demonstrou ser o melhor da noite, com aroma a casca de lima da pérsia, frutas cítricas, adocicado, mineral. Sabor encorpado, com leve amargor, mineral, final de boca adocicado. Ganhou em complexidade ao longo do tempo. Untuoso.

Agradou bastante.

CL 91


Espino Gran Cuvée, William Fevre, Chardonay, 2012 Valle del Maipo, Chile

  Este foi o segundo vinho da Viña William Fevre que degustamos na noite. Este, no entanto, é produzido nas terras do Vale do Maipo, a Leste de Santiago, a 1.000 metros de altitude, aos pés da Cordilheira dos Andes, onde cultivam as uvas Chardonay e segundo o produtor apenas as uvas mais selecionadas são utilizadas na produção deste vinho.

Parte do vinho (10%) é fermentado em barris de carvalho francês e a outra parte em tanques de aço inoxidável. Após a fermentação, passa por envelhecimento de 5 a 6 meses, quando é filtrado e envasado.

  Na degustação, um forte aroma mineral de querosene e frutas  cítricas, mais tardiamente a mel. Sabor intenso, alcoólico, mineral, notas de maçã. Persistente, com final de boca apresentando o típico amargor do Chardonay.
  
CL 90

sábado, 23 de agosto de 2014

Degustação do Casa Marin Lo Abarca, Perini Quatro, Achaval Ferrer Quimera, Tacama Selección Especial e Amarone Del Tommasi

  Em  27 de Julho de 2014, realizamos nossa 2 ªdegustação do mes no Restaurante Caruaru e foi novamente regado a bons vinhos e boa comida , reunindo nossos Confrades habituais em agradável evento.


    Foram degustados 5 rótulos distintos e muito interessantes, como segue:


Casa Marin Lo Abrarca Hills Vineyard,  Pinot Noir, 2008, Chile

   Este Pinot Noir é produzido a partir dos vinhedos localizados em Lo Abarca, Vale de San Antonio na região central chilena a apenas 4 km do Oceano Pacífico, desta muito competente vinícola, que mostra que pode-se produzir bons exemplares desta difícil uva no Novo Mundo. Uvas cultivadas em solo calcário, vulcânico e argiloso. O vinho é envelhecido por 14 meses em barris de carvalho novos.

   É a segunda vez que tomamos este Pinot Noir. Da vez anterior tratava-se de um 2003 que agradou muito.

  Este exemplar 2008, no nariz, destacou amoras e framboesas. 

  No paladar, além do frutado, notou-se um forte sabor amadeirado, amargo e herbal , com um final de boca de amargor bastante intenso. É um vinho forte que aparentemente não foi tão domado quanto o de 2003 e provavelmente atingirá seu ápice em mais uns 4 ou 5 anos, mas mesmo assim  mostrou muitas virtudes, muito sabor e agradou bastante. 

CL 92



Perini Quatro, 2009, Brasil

    Este exemplar é o principal vinho desta tradicional vinícola nacional, localizada em Farroupilha no Rio Grande do Sul. A Perini tem nas últimas décadas  se esmerado na produção de vinhos de qualidade e tem encontrado muito sucesso em seus espumantes, bem como tem sido muito bem reconhecida neste belo vinho produzido a partir das cepas Ancellota, Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat.

  Degustamos pela segunda vez este rótulo e agradou novamente.

  No nariz não tem muita intensidade, com aroma a frutas vermelhas.

  No paladar tem seu ponto forte, com bastante frescor, acidez predominante, bem frutado e taninos suaves. Sem dúvidas, dos vinhos nacionais já degustados, o Perini Quatro foi o que mais agradou até o momento.

CL 90


Achaval Ferrer, Quimera, 2009, Mendoza, Argentina

  Esta vinícola localizada em Lujan de Cuyo, Mendoza, tem se destacado como uma das melhores da Argentina e a cargo do sócio e Winemaker italiano Roberto Cipresso, produziu este excelente exemplar elaborado a partir de Malbec, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Petit Verdot. Envelhecido por 12 meses em carvalho francês.

  Logo ao abrir apresentou um aroma muito intenso de framboesas. Ao longo do tempo, ganhou notas de frutas negras em um buquê muito agradável.

  No paladar mostrou-se um vinho forte, tânico, encorpado, bastante masculino. Amadeirado e herbal, demonstrou a força de um  vinho de excelente qualidade, que fez juz à boa fama.

CL 94


Selección Especial Tacama, 2011, Peru

  A vinicola  localiza-se em Ica, região Norte do Peru e é rodeada por desertos. Esta região produz Pisco (aguardente de uvas), desde o século XVI, quando começou a cultivar as primeiras parreiras. Nos últimos anos os chilenos investiram muito na compra de terras da região, reconhecendo o potencial local para a produção de vinhos de qualidade, onde o clima, a localização geográfica e o solo são muito apropriados às uvas.

 Nas últimas décadas, a Tacama, uma tradicional produtora de Pisco tem desdobrado esforços em produzir vinhos com o auxílio de consultores franceses e vem obtendo muito bons resultados com grande potencial de crescimento. Tive o oportunidade de visitá-la em 2012 e pude conhecer os trabalhos de pesquisa e adaptação das diferentes cepas ao terroir local e degustar bons exemplares de vinhos brancos e tintos promissores.

  Este exemplar apresentou no nariz, pouca intensidade e notas de frutas vermelhas e baunilha.

  Possui sabor intenso, tânico, frutado, amadeirado, com notas de aniz. Final de boca com sabor defumado. Ao longo do tempo tornou-se mais aveludado. Bom vinho acarvalhado e muito agradável.
  
 CL 90

  

Amarone Classico del Tommasi, 2008, Itália

  A Vinícola Del Tommasi fabrica seus vinhos desde 1902 e esta empresa familiar já está na 4ª geração. Localizada no Centro da região de Valpolicella em Verona, no Norte da Itália.

  O processo é tradicional dos Amarones, que passam por secagem de 4 meses no processo de appassimento que antecede a fermentação. São submetidos a 3 anos de barris de carvalho esloveno. As variedades utilizadas são CorvinaVeronese, Corvinone, Rondinella e Molinara.

  O vinho é realmente empolgante. Com aromas frutados, mel, passas e baunilha. No paladar harmoniza muito bem o sabor um pouco adocicado de passas com a madeira bem presente e taninos macios. Acidez bem intensa, muita intensidade e sabor. Um verdadeiro brinde ao paladar. Foi o vinho da noite. Diferente e prazeroso.

CL 95

terça-feira, 15 de julho de 2014

Degustação do Termes, Pax, Chateneuf du Pape La Cote de L'ange e Maxwell Lime Cave

  Desta vez, no dia 04 de julho de 2014, fomos atender ao convite do nosso amigo Zeca que agora trabalha na Casa da Picanha para fazer o nosso encontro no local e realizar a degustação de 4 vinhos em mais uma noite muito agradável.




Degustação:



Termes, 2005, Tempranillo, Espanha

  Este excelente vinho foi o que abriu a noite e também foi o destaque da degustação. Da região de Toro, na Espanha, se mostrou muito agradável com aroma de frutas negras, aveludado, taninos muito macios, bem encorpado, notas de mirtilo, chocolate, baunilha e balsâmico. Muito sabor e persistente deixou a sensação de "quero mais" no final. Belíssimo vinho.

CL 94


Pax, Shiraz, 2003, Estados Unidos

  Este bom Shiraz do Russian Valley, em Sonoma, na Califórnia, apresentou um claro aroma de azeitonas negras, muito agradável, porém pouco intenso.Na boca apresentou muito boa acidez, refrescante, marcante, leve amargor. Agradou muito no sabor.

CL 90


Chateneauf du Pape, La Cote De L"ange, 2010, França

  Quando se prova um Chateneauf du Pape, sempre se espera muito e já tivemos grandes experiências com eles. Este tinha um claro defeito, pois praticamente não tinha aroma e neste aspecto decepcionou. Porém na boca era muito saboroso, balsâmico, picante, intenso, com taninos fortes, notas herbais, um toque amargo e muito persistente. No balanço perdeu um pouco e teve a nota final comprometida, mas no paladar agradou muito.

CL 89


                                   Maxwell, Lime Cave, Cabernet Sauvignon, 1998, Austrália

  Este exemplar de 16 anos do Vale Mc Laren, no Sul da Austrália, possuía um  aroma de frutas vermelhas, groselha e fermento, pouco persistente. No paladar pudemos perceber que ele envelheceu, passou do ponto. Provavelmente há uns 6 ou 7 anos atrás deve ter sido um vinho  interessante, mas agora estava em uma clara curva bem descendente. Curiosamente sua cor estava clara, violácea, limpa, translúcida e quase sem sedimentos no fundo da garrafa, o que nos pareceu muito atípico.

CL 86

terça-feira, 17 de junho de 2014

Degustação de Vinhos da Distribuidora Cantu

  Em 04/06/2014 realizamos um excepcional evento no restaurante Caruaru, quando a Distribuidora Cantu, através de seu representante Bartolomeu nos proporcionou uma Degustação com harmonização de alguns de seus rótulos, que foram apresentados pelo Sommelier Ângelo ( premiado pela Revista Prazeres da Mesa como o melhor do Nordeste em 2013). Também tivemos vários convidados, como o viajado blogueiro Sergio Craveiro, que fizeram da noite ainda mais proveitosa.


Degustação:

Ramirana Gran Reserva Sauvignon Blanc/ Gewustraminer 2009, Chile

  Este branco agradou muito, com aroma a maçã, casca de laranja e lichia. Fresco e mineral, muito agradável ao paladar, boa acidez, muito equilibrado. Não possui muita persistência. Leve doçura no final de boca. 
  Foi harmonizado com o excelente frango desossado do Caruaru e houve um ótimo resultado, com uma simbiose muito interessante entre o vinho e o prato, em mútua valorização.

Grey, Pinot Noir, 2012, Chile

  Aroma típico de frutas vermelhas, framboesa e amora. Na boca notas de melaço e ervas amargas. Alcoólico e intenso. Madeira no final de boca. Acreditamos que deveria ser degustado alguns anos mais tarde para que desabrochasse mais suas virtudes, domando-o, pareceu muito jovem ainda. 
  Foi harmonizado com um muito bom bacalhau grelhado e funcionou bem, tornando o vinho um pouco mais brando.


Les Combelle Bordeaux Supérieur, 2011, França

  Muito aromático, frutado, com notas lácteas e chocolate. No paladar demonstrou ser um pouco áspero, encorpado e curto. Amadeirado com leve amargor. Também passou a impressão que poderia ser mais valorizado em alguns anos mais, para amenizar as características mais agressivas no paladar. 
  Foi buscada uma harmonização com carne de sol, o que não funcionou muito, verificando-se uma incompatibilidade de sabores.

Crios Susana Balbo Syrah/ Bonarda, 2010, Mendoza, Argentina

  Aroma a azeitonas negras sem muita intensidade. No paladar demonstrou ser picante, intenso e forte, notas de pimenta do reino. Muito saboroso.
  A Harmonização realizada com bife de chorizo grelhado funcionou muito bem, foi muito compatível.

Susana Balbo Signature, Malbec, 2011, Mendoza, Argentina

  Este foi sem dúvidas o melhor vinho da noite, Aroma a baunilha, geléia de frutas negras com açúcar mascavo, balsâmico. Sabor azeitonado, denso, intenso, frutado. Untuoso, amadeirado suave, com final de boca adocicado. Vinho muito especial.
  A harmonização ocorreu com manta de carneiro grelhado e funcionou muito bem, integrando um grande vinho com o excelente prato.

Os nossos agradecimentos especiais à Distribuidora Cantu, ao Bartolomeu (à direita) e ao Ângelo (à esquerda) que nos proporcionaram esta belíssima e nova experiência, trazendo excelentes rótulos e compartilhando este momento ímpar.


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Degustação do Dominus, Cabeça de Toiro, Almaviva, Picasso e Chambolle-Musigny

  Dia 14/05 de 2014 realizamos mais um encontro da Confraria que reservou, além do habitual gosto pelo encontro tão esperado, grandes surpresas, revelações e questionamentos que culminaram em mais um dia de grande aprendizado e satisfação.

  Tivemos o prazer da presença do ilustre convidado Kiko Suruagy e do Bartolomeu (Representante da Importadora Cantu) que nos agraciaram com a companhia.

Podemos perceber que o fotógrafo não foi feliz ( cortou parte do grupo ), mas valeu o registro.

  Nesta degustação utilizamos a mesma prática das anteriores, onde sabemos os rótulos com antecedência, mas provamos às cegas, para permitir uma análise e uma discussão de cada vinho com maior isenção. Eram 5 rótulos, sendo que os mais esperados eram o renomado chileno AlmaViva e o americano Dominus.

Avaliação:



Dominus Estate Christian Moueix, Napa Valley, Estados Unidos, 2009

  Este renomado vinho definitivamente não é barato, no Brasil custa pesados R$ 1.000,00 e vem com a chancela de ser um RP 97, o que não é pouca coisa, mas dentre os avaliadores não foi consenso, pelo exemplo de um WS 93. Produzido com cabernet sauvignon, cabernet franc e petit verdot ao estilo Bordeaux, foi o primeiro vinho degustado na noite.

 No nariz não empolgou, apesar de boa qualidade com aroma sutil a balsâmico e frutas negras, faltou intensidade, complexidade e não evoluiu, demonstrando ser seu ponto negativo. Seu sabor foi intenso, tânico, forte, amadeirado, leve amargor herbal. Final de boca com leve adocicado, muito bom corpo e estrutura. O paladar não decepciona, mas nos pareceu superavaliado por alguns e tem um custo benefício bastante desfavorável.

CL 92


Cabeça de Toiro Reserva, Tejo, Portugal, 2008

  O segundo vinho da noite foi este português produzido com Touriga Nacional e Castelão. Aroma a frutas negras e vermelhas. Bastante encorpado, bastante acidez. Falta um pouco de taninos e complexidade, mas agrada como um vinho para o dia a dia.

CL 87


Alamaviva, Vale do Maipo, Chile, 2003

  Nós sabíamos que este verdadeiro ícone chileno não decepcionaria. Com cabernet sauvignon, carmenere e cabernet franc, é considerado também um vinho ao estilo de Bordeaux, que só é produzido nas consideradas melhores safras pelas vinícolas Concha y Toro e Baron Philippe de Rothschild.
  Degustado às cegas todos sabíamos de qual se tratava, pois já no nariz demonstrou um aroma fantástico, complexo. Morangos, framboesa, pimentão, shoyo, café com leite, madeira. Intenso. No paladar apresentava um sabor mágico, redondo, equilibrado, com notas de ervas, frutas vermelhas, madeira.. Sua complexidade enche a boca de sabores.  Peca um pouco em relação à intensidade, mas não compromete. Elegante e inesquecível.

CL 97

  Aqui vamos fazer uma consideração. Como já havíamos degustado estes 3 anteriores, sobraram um vinho tido como exótico, um malbec peruano barato garimpado em Lima, do qual esperávamos quase nada e um Borgonha muito caro, que sabíamos ser muito bem considerado e às cegas recebemos o quarto vinho a degustar.
  Fomos surpreendidos com um vinho fabuloso, aromático, saboroso, diferente, que nada devia ao anterior Almaviva e tivemos a certeza que só poderia ser o francês, apesar da estranheza de um possível pinot noir tão encorpado, mas eis que o choque ocorreu:



Picasso, Malbec Reserva, Vinicola Vista Alegre, Ica, Peru, 2006

  Este vinho provocou o maior choque de expectativa da história da nossa Confraria. Como disse, nada esperávamos dele e eu tinha o receio que um malbec produzido há 8 anos no Peru, que não tem qualquer tradição em vinhos, pudesse estar passado do ponto, velho ou mesmo estragado.
  Em sua produção, passa 2 anos em barris de carvalho francês e americano e mais 8 meses na garrafa, o que não é um trato habitual de malbec.
  No nariz apresentou um aroma incrível a café, mel e notas minerais com muita intensidade. Era um vinho diferente, parecia conceitual, ferroso, terroso, elegante. Redondo, macio. Um vinho simplesmente fantástico, intenso.

CL 99
A nossa surpresa foi quando nos trouxeram a garrafa e vimos de qual se tratava. Simplesmente fizemos a maior avaliação de todas as degustações anteriores com um vinho barato, peruano e degustado após um fantástico Almaviva. 
  Isto nos deixou em estado de choque! Porque isto ocorreu? Claro que se soubéssemos de que se tratava de um malbec, poderíamos ter uma visão um pouco mais crítica, afinal ele tinha tudo, menos as características de um malbec. Se soubéssemos que era peruano, teríamos a mesma avaliação? São as questões que muitos fazem acerca da influência do rótulo para o avaliador. Não sei se o consideraríamos um CL 99, mas certamente avaliaríamos muito bem.
  Não sabemos se foi a garrafa ou a safra, mas o fato foi que ele envelheceu e fez com que perdesse as características da cepa e talvez, meio por acaso, se tornasse um vinho fabuloso.
  Li uma avaliação de um peruano que degustou uma safra nova e o classificou como um malbec típico. Na garrafa tem toda a descrição de um malbec típico envelhecido em carvalho. Este que degustamos não era.
 O ideal seria fazermos um contraprova, mas sabemos que teremos muitas dificuldades em conseguir esta mesma safra, mesmo em uma viagem ao Peru. Talvez possamos conseguir outra safra para provar.
 Creio que não o provaremos novamente, mas teremos assegurado o fato mais auspicioso até então de nossa Confraria. O vinho que, para nós, virou uma lenda. 



Chambolle-Musigny, Premier Cru, Les Echange, Borgonha, França, 2008

  Ainda em estado de choque, abrimos esta garrafa deste pinot noire, que acreditávamos ser o vinho anterior e provamos um vinho que, perto dos degustados na noite, parecia ralo e insípido. Era frutado, ácido e decepcionou, muito embora foi prejudicado por ter características totalmente  antagônicas com os anteriores. Creio que deveria ser degustado com brancos e afins para uma avaliação mais harmoniosa, mas é um vinho fraco, com um custo benefício péssimo.

CL 86

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Degustação do Salton Desejo, Lote 43, Staphile Premium, Coyam e Corte de Cima Reserva

  Dia 07 de maio, um novo encontro de nossa querida confraria, no nosso parceiro restaurante Caruaru, onde degustamos 5 rótulos, sendo 2 nacionais, 2 chilenos e 1 português. Foi mais um encontro de muito bom papo e de aprendizado.



  Avaliação:



 Desejo, Salton 2008, Merlot, Brasil


  Aroma a frutas vermelhas e baunilha. No paladar, leve amadeirado, frutado, apresenta acidez acentuada. Um vinho muito simples, com um sabor agradável, mas sem destaque. O belíssimo rótulo talvez seja sua maior virtude.

CL 85

Lote 43, Miolo, 2002, Cabernet Sauvignon/ Merlot, Brasil

  Este é um dos vinhos nacionais mais elogiados e confesso que esperávamos um pouco mais. Aroma a geléia de frutas vermelhas e baunilha. Na boca é aveludado, amadeirado, boa harmonia, taninos bem presentes, amargo. Tem boas virtudes, é um bom vinho, mas outra vez concluímos que os vinhos tintos nacionais tem muito o que evoluir, afinal este é um dos principais que produzimos e não é barato.

CL 89




Staphile Premium Reserva, 2006, Bonarda, Argentina

  Este vinho orgânico tem aroma a geléia de frutas negras, principalmente cereja e mirtilo, com notas de mascavo. No paladar é balsâmico, adocicado, leve amadeirado, taninos macios. Equilibrado, denso. Muito sabor. Realizado com a uva Bonarda, que não é tão comum, foi produzido com muita competência.Muito bom vinho.

CL 93



Coyan, Emiliana, 2005, Chile

  Este blend é outro orgânico da Emiliana que demonstra a força desta vinícola do Vale do Colchágua. Aroma a frutas negras e shoyo. No paladar é balsâmico, possui leve amargor, notas de cereja em conserva e groselha. Leve adocicado, diferente, exótico, complexo. Excelente vinho.

CL 94

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Cortes de Cima Reserva, 2003, Portugal

  Já tivemos a oportunidade de provar vários vinhos desta vinícola do Alentejo e sempre nos encantou. Este é simplesmente seu mais elaborado vinho. Produzido com Shiraz, Aragonez e Touriga Nacional. Aroma a geléia de frutas vermelhas e azeitonas negras. No paladar é intenso, persistente, leve adocicado, amadeirado, muito aveludado e equilibrado. No final de boca, notas de mel. Um grande vinho. O melhor da noite.

CL 97