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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Degustação do Stern Spatburgunder, Chaman Gran Reserva, Reserve Mouton Cadet, Bila Haut Occultum Lapidem e Stagnari Cabernet Primer Viñedo

  Degustamos em 12 de abril uma série muito interessante de vinhos  que aqui compartilhamos:

Stern Spatburgunder, 2011, Alemanha

  Vinho produzido pela vinícola Stern, que se localiza na região do Estado Renânia-Palatinado ou Pfalz, no sudoeste da Alemanha, nas cercanias do Rio Reno, a apenas 1 hora e pouco da Alsácia francesa.

  O spatburgunder é a pinot noir, cultivada na região com muita personalidade. Este rótulo traz o selo Qualitätswein QbA, que segundo as normas alemãs, são credenciadas como vinhos mais correntes, mas com um mínimo de qualidade, ou seja, não são dos mais elaborados e superiores, selados como Prädikat.

 Na degustação indicou aroma a frutas vermelhas, como framboesa e cereja doces. Bom sabor, leve acidez, taninos suaves, leve amargor, notas de cerejas. Um vinho harmônico, agradável com muito bom sabor.

CL 90


 Chaman Gran Reserva Carmenere, 2012, Chile

  Este vinho é produzido pela Vinícola Santa Cruz, criada em 2004, que busca trabalhar de acordo com os princípios de produção sustentável. Localizada no Vale do Colchagua na subregião de Lolol, produz este belo Carmenere, que estagia por 12 meses em carvalho francês.

  Em nossa prova, identificamos no aroma notas de pimentão e frutas negras em compota. Sabor que lembra grelhados em brasa e notas de cereja. Leve amargor. Vívido. Bom equilíbrio, taninos muito agradáveis e excelente sabor.
  
CL 91

Reserve Mouton Cadet Saint Emilion, 2012, França

  Produzido pela icônica Baron Philippe de Rothschield, que é responsável, entre outros, simplesmente pelo histórico Chateau Mouton Rothschield, pelo Opus One e o Almaviva. Esta série Reserve Mouton Cadet procura apresentar várias regiões de Bordeaux. Este representa Saint Emilion, que por estar localizada do lado direito do Rio Dordogne, privilegia a casta Merlot  com 90% e é complementado por 10% de cabernet sauvignon.

  Quando degustamos percebemos que não é um grande vinho, foi produzido com claro intuito comercial para  aproveitar a fama da vinícola e a fama da região, criando um vinho  de custo bem acessível, mas excessivamente frutado, talvez para estar mais ao gosto do Novo Mundo e vender mais. Nada a ver com os bons vinhos de Bordeaux.

  No nariz, aroma a groselhas e geléia de frutas vermelhas, bem doce. Pouco harmonioso, frutado, sabor mais ácido. Um vinho de nível mais simples. Quebrou a expectativa.

CL 86

Bila Haut Occultum Lapidem, 2011, França

  Executado por Michel Chapoutier, conhecido enólogo e produtor francês, no Languedoc-Roussillion. Produzido com Shiraz, Grenache e Carignan, estagia metade do volume nos tanques de inox e a outra metade em carvalho.

  Este vinho foi surpreendente. Percebe-se uma produção conceitual. Aroma a leveduras, fermento, lácteo. Sabor leve, herbal, mineral, frutas negras, taninos macios e diferenciados. Vinho diferente e empolgante.

CL 94


H. Stagnari, 1X1 Primer Viñedo, 2011, Uruguai

  Já provamos anteriormente alguns tannats desta vinícola de Salta no Uruguai e sempre gostamos muito. Agora tivemos acesso a esse excelente cabernet sauvignon que é produzido apenas nas melhores safras.

  Aroma marcante a cravo e notas de madeira e baunilha, diferente, com muita personalidade. Na boca também percebemos o cravo e o amadeirado. Muito harmonioso e persistente . Um vinho primoroso.

CL 94

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Degustação do Pacífico - 2 Chilenos e 2 peruanos, Casa Marin Lo Abarca, Doscientos Casa Verdi, Dom Manuel e Picaso

  Em 29 de janeiro de 2015 fizemos uma degustação muito interessante, provamos 2 vinhos chilenos e 2 vinhos garimpados e  trazidos do Peru, que apesar de ter ainda poucos produtores, faz cada vez mais, bons vinhos, demonstrando ter muito potencial e um ótimo terroix para a produção vinícola.

 O primeiro vinho a degustarmos foi o sempre bom chileno Casa Marin  Pinot Noir, que degustamos nesta Confraria pela terceira vez, agora na safra 2007, já que as anteriores foram a 2003 e 2006 e sempre nos encantou.


Casa Marin Lo Abarca Pinot Noir, 2007 Chile

  Esta vinícola chilena se localiza na região vinícola de  Casablanca, em Lo Abarca, parte do Valle de San Antonio, a apenas 4 Km do Oceano Pacífico, postada numa bela região de clima frio, se enquadra no conceito de vinícola boutique, dedicando-se à produção de vinhos de alta qualidade.

  Foi fundada em 2000 por Maria Luz Marin, quando se tornou a primeira vinícola chilena a ter uma mulher como fundadora, dona e enóloga. Hoje tem o apoio de Felipe Marin, seu filho e também enólogo.

  Na degustação, o vinho mostra a que veio, com um intenso aroma que privilegia as frutas negras e vermelhas, como mirtilo, cereja e framboesa e notas de champignon fresco. Na boca aparece um pinot vigoroso, encorpado, amadeirado, persistente, com leve amargor herbal. Tem boa evolução na taça, revelando complexidade e tornando-se um pouco mais adocicado no final. Grande vinho.

CL 93


O próximo vinho foi o peruano Picasso, que reencontramos , após prová-lo em maio de 2014, quando tivemos uma grande surpresa em nossa degustação.


Picasso Malbec Reserva, 2006, Peru

    Esta vinícola localizada em Ica no Peru, na verdade é mais tradicionalmente produtora de pisco e produz poucas garrafas de vinhos de qualidade, sendo este um deles. Sabemos que o país não tem tradição na produção de vinhos, mas em 2014 ficamos chocados com a degustação às cegas que realizamos e este foi o vencedor, em um dia em que provamos o Dominus e o Almaviva. Isto nos fez questionar se havíamos errado na avaliação, ou nos induzimos ao erro em função dos grandes vinhos presentes, ou se este vinho envelheceu de forma magnífica, sendo um processo da safra, ou quem sabe da garrafa específica.

  Abrimos esta garrafa, que consegui encontrar em nova viagem a este país, cheios de curiosidades e expectativas. Curiosamente, esta garrafa não fez lembrar muito a degustada anteriormente, mesmo sendo da mesma safra, pois quando degustamos a anterior, nem nos pareceu um malbec. Esta sim era um malbec mais típico, bem envelhecido, um pouco oxidado, já em processo de declínio de curva de idade. Tinha um aroma a frutas vermelhas e negras, notas de baunilha, compota e madeira. Na boca apresentava um sabor bem intenso, boa acidez, amadeirado, equilibrado, com taninos bem macios. Um bom vinho, mas nem sombra do que nos pareceu o primeiro e nos fez novamente refletir se erramos. 

  Minha conclusão pessoal foi que houve uma mescla de fatores na degustação anterior, que resultou em uma avaliação muito alta. Acho que a garrafa degustada em 2014 estava com características muito especiais, diferente desta, era melhor, o que já tínhamos ouvido dizer, que safras iguais podem sim, por inúmeros fatores, serem diferentes por garrafa degustada; mas também superavaliamos, quando acreditamos se tratar de vinhos mais gabaritados e famosos. Estes são fatos que nos ajudam bastante a aprender, a sermos mais humildades e serenos na avaliação dos rótulos futuros.

CL 90


Doscientos Reserva de Família, Casa Verdi, 2010, Chile

  Esta vinícola tradicional chilena foi fundada em 1918 por Aniceto Verdi e desde 2007 está sob a administração da família Combes e Ossandon , onde reúnem pequenos produtores cooperativados dos Vales do Maipo e Curicó.
  
  Este rótulo foi lançado em comemoração aos 200 anos da independência chilena em 2010, produzido com cabernet sauvignon 55%, shiraz 40%, petit verdot 4% e mourvédre  1%, envelhecido por 18 meses em carvalho francês.

  Na nossa prova, mostrou aroma de baixa intensidade a frutas vermelhas e baunilha. Na boca é potente, forte, tânico, bem amadeirado, amargo,. Um vinho rústico, que não empolgou.

CL 87



Dom Manuel Tacama, Tannat, 2010, Peru

   Já havíamos provado e comentado vinhos desta produtora, a Tacama, que é a  principal vinícola peruana e afirma ter os primeiros vinhedos da América do Sul. Produz este  vinho em que ela dedica seus maiores esforços, na chamado linha de alta gama. É produzido exclusivamente com uvas tannat e passa 12 meses em carvalho francês.

  Fechamos a noite com este belo vinho, em que apresentou aromas intensos e persistentes de balsâmico, terra e açúcar queimado. Na boca tinha acidez marcante, sabor intenso, amadeirado, potente. Muito interessante, diferente e agradável.

CL 91
  

  

sábado, 22 de agosto de 2015

Degustação dos rótulos da Wine Premium

  No dia 22 de julho de 2015 nos reunimos para fazer uma proposta diferente.


  Assinamos o Clube W Premium da Wine.com.br por 3 meses para degustar os vinhos oferecidos pelo mais famoso site de vendas de vinho do Brasil em seu clube top de linha. 
  Para quem não sabe, você assina o clube e eles te mandam 2 garrafas de vinhos diferentes todo mes em que se está associado. São 3 opções ( one, classic e premium) que varia de preço e teoricamente na qualidade dos rótulos. Como dissemos nós optamos pela Premium, que é a principal ao custo de R$ 115,00 a garrafa, ou seja, custa R$ 230,00 por mes. O preço é o dobro do clube classic (intermediário) e 4 vezes mais que o One (o básico)

 Começamos pelo Domaine du Silène Gran Cuvée, nas safras 2007 e 2009.

  Este vinho francês vem da região do Languedoc em Grés de Montpelier, produzido por Robert Skalli, com 80% shiraz  e 20% grenache, sendo 70% do vinho envelhecido em 22 meses em carvalho francês.

  O 2009

  Aroma aveludado com boa complexidade apresentou notas de balsâmico, chocolate, baunilha e mirtilo, porém sem muita intensidade. O sabor é muito agradável, taninos macios, aveludado, bem alcoólico.

CL 89

  O 2007

  Esta safra apresentou aromas mais intensos com notas de balsâmico, chocolate, mirtilo e ameixa negra. Na boca a acidez é mais pronunciada, um pouco ferroso, boa harmonia e taninos macios. Agradou e consideramos o melhor da noite.

CL 90

  Depois degustamos o Force of Nature, 2013 que foi fornecido nas cepas Zinfandel e Cabernet Sauvignon. 


  Estes vinhos californianos são semi secos, produzidos em Paso Robles, Califórnia por Bob Murray e o verdadeiro e quase único destaque foram os belíssimos rótulos que parecem obras de arte.

O Zinfandel:

  No nariz frutas vermelhas, morango principalmente. Na boca é ralo, aguado, frutado e adocicado. Difícil falar algo mais, apenas decepcionante, lembra muito aqueles semi secos nacionais antigos que viraram piada entre os apreciadores de vinho.

CL 81

O Cabernet Sauvignon:

  Aroma a frutas vermelhas em compota, bem adocicado. Na boca é alcoólico, taninos suaves. Vinho muito simples, comum, banal.

CL 85

Por fim, provamos o Quinta do Portal Grande Reserva Douro, 2007:


 Esta vinícola do Douro em Portugal, em 1996 foi a primeira a rotular um vinho como Grande Reserva, o que hoje é largamente utilizado neste país. A vinícola boutique produziu este vinho com a Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca, passadas 14 meses em carvalho francês.

  Este vinho é bem português, elaborado com mais rusticidade. No nariz tem baixa intensidade destacando compotas de frutas vermelhas e baunilha. Na boca é forte, potente, tânico, agressivo e um fundo adocicado. Um vinho bem gastronômico, com boas qualidades, mas talvez tenha excessiva rusticidade.

CL 89


  Conclusão:

  Baseado pelas amostras, o clube W Premium não empolgou na qualidade dos rótulos, deixando muito a desejar no quesito custo-benefício. Afinal por R$ 115,00 a garrafa podemos comprar rótulos muito mais interessantes e com muito mais atributos que os oferecidos. Os franceses e o português foram bons vinhos, mas não valiam o cobrado e o americano, parecia uma brincadeira de mau gosto, sendo sua única qualidade o belo rótulo. 

  Infelizmente cancelamos a assinatura do clube. Todos nós da Confraria compramos na Wine que consideramos uma empresa séria, profissional, moderna, com entrega rápida e eficiente e tem uma variedade muito boa para compra, mas a escolha dos rótulos para o clube, definitivamente não estava sendo feliz, ao menos no plano e nos meses em que adquirimos, o que foi uma pena, pois a idéia era muito promissora.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Degustação do Chryseia, Goulart M de Marshall e Quinta do Cardo

  Em 24 de fevereiro de 2015 fomos ao restaurante  Caruaru aqui em Maceió com nossa Confraria para realizar a degustação do mes de fevereiro, onde provamos 3 rótulos.

Degustação:

Goulart M de Marshall, Malbec Reserva, 2011 Mendoza Argentina

  A Vinícola Marshall foi fundada por Erika Goulart, uma paulistana que herdou  terras em Mendoza de seu avô, o Marechal Gastão Goulart, que havia se exilado na Argentina após a Revolução Constitucionalista de 1932.

  Consta que em 1995 a brasileira descobriu, revirando seus papéis, a escritura deixada pelo avô da propriedade em terras mendocinas, quando decidiu viajar ao país hermano, tomar posse da área e empreender em 1996 a produção de uvas no local. Mais tarde, em 2005, produziu suas primeiras garrafas.

  Hoje administra junto com seu marido a vinícola. É uma produtora respeitada, com vinhos considerados de qualidade e ostenta várias premiações relativas à sua produção. 

  O vinho degustado apresentou no nariz notas de cereja, groselha e geléia de frutas negras. Na boca demonstrou ser bastante macio, com taninos suaves, um leve amargor herbal, com média acidez e notas de chocolate. Agradou bastante. Bom malbec.

  CL 90


Quinta do Cardo Reserva 2011, Beira Interior, Portugal

  Localizada no DOC Beira Interior, em Figueira de Castelo Rodrigo, ao norte de Lisboa, a vinícola Quinta do Cardo se localiza a 700 metros de altitude, sendo a vinha considerada mais alta de Portugal.

  Vinho produzido com 80% de Touriga Nacional e 20 % de Tinta Roriz, mostrou no nariz frutas negras e notas florais, depois de um tempo adocicou e fez lembrar ameixas negras em compota. Possui sabor forte, amargo, pesado na madeira, bastante tânico, com notas de alcatrão. É um vinho um pouco difícil, bastante intenso e alcoólico.

  CL 89



Chryseia, 2009, Douro, Portugal

  Este é um verdadeiro ícone moderno da vinicultura portuguesa, onde podemos encontrá-lo presente em praticamente todas as listas dos grandes vinhos deste país.

  Produzido pela vinícola P+S (Prats & Symington). A família Symington trabalha no Porto desde 1882,  produzindo seus famosos vinhos fortificados, vindo a assumir o controle da Warre's em 1914. Hoje seus descendentes dirigem a própria Warre's, a Down's e a Graham's produzindo grandes vinhos do Porto, já Charles Symington é um dos responsáveis pela P+S no Douro. O outro responsável é Bruno Prats, que por mais de 30 anos esteve à frente da Chateau Cos d'Esturnel em Bordeaux e por vários anos esteve dirigindo a Viña Aquitania no Chile.

 Os dois experientes enólogos se reuniram em 1998, com o intuito de produzir vinhos de alta gama na região do Douro e somando as longas vivências na produção de vinhos do Porto, aliadas às técnicas sofisticadas de produção de Bordeaux, fundaram a P+S e frutificaram este belíssimo exemplar degustado.

  O vinho produzido a partir da Touriga Nacional e da Touriga Franca, estagia por carvalhos novos franceses e apresenta aroma a frutas negras, cassis e violeta, é um pouco adocicado e não é muito intenso. No paladar ele mostra para que veio, com um sabor extremamente aveludado, macio, com taninos agradáveis e madeira suave. Notas a cereja e mirtilo, estimula a salivação e faz você querer provar mais e mais. Vinho fantástico, que apenas peca um pouco pela falta de maior poder aromático.

CL 95