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domingo, 10 de janeiro de 2016

Degustação de vinhos Chilenos: Calyptra Reserva Assemblage, Calyptra Assemblage Gran Reserva, Huazo de Sauzal, Vertice Ventisquero, Max Reserva Errazuriz e Trio da Concha y Toro

  Em 11/11/2015 realizamos uma agradável degustação de 6 vinhos chilenos, explorando alguns produtores e algumas das diferentes regiões de produção deste país.


Vivendo Calyptra Reserva Assemblage, 2010, Vale de Cachapoal, Chile


   Esta vinícola que se iniciou em 1989 pelo cirurgião Dr. Jose Zahri, a princípio com fins de hobbie, em pouco tempo, tornou-se coisa séria, quando percebeu o forte potencial das terras que cultivava, localizadas no Alto Cachapoal, a quase 1.00 metros de altitude, com clima mediterrâneo moderado, de noites frias, chegando a nevar no inverno e com ventilação constante, favorecendo um lento amadurecimento das uvas. Possui terras com baixa fertilidade bem adequadas ao desenvolvimento do estresse controlado das videiras.

  Hoje é uma das vinícolas muito respeitadas no Chile que criam vinhos honestos, que refletem o terroix local, almejando a excelência, produção que respeite a natureza e como eles dizem, buscam produzir um "vinho com raízes".

  Este vinho de cor rubi intenso, produzido com 68% merlot, 22% cabernet sauvignon e 10% shiraz, abriu a noite. No nariz percebem-se aromas sutis e pouco intensos a balsâmico e frutas maduras, aveludado. Na boca tem acidez marcante, com notas de azeitonas negras e frutas negras. Um pouco ferroso, é um vinho com personalidade, apesar de um certo desequilíbrio.

  CL 88



Calyptra Assemblage Gran Reserva, 2009, Vale de Cachapoal, Chile

  Nota-se a mesma origem do rótulo anterior, mas com mais madeira, equilíbrio e força aromática. Aqui a ordem se inverteu e prevalece o merlot 58% e o Shiraz 37% e apenas 5% de cabernet sauvignon e este blend ganhou muito. Estagiou 26 meses em carvalho francês.

  No nariz é mais intenso, destacando o balsâmico e as frutas negras. A acidez é bem presente e apresenta um excelente equilíbrio com os taninos marcantes da madeira mais intensa, bem domados. 

  Pela diferença de preço pequena praticada aqui no Brasil, tem uma relação custo benefício muito melhor que o rótulo degustado antes da mesma vinícola. Bom vinho.

  CL 90


Huazo de Sauzal, 2013, Vale do Maule, Chile

   A vinícola El Pequeño Almacén de Sauzal, que foi fundada em 2010, de propriedade de Renan Cancino, produz este vinho de maneira tradicional, artesanal e em pequena escala no povoado de Sauzal no seco interior do Vale do Maule.

  A filosofia do produtor é repaginar as tradições locais com um vinho feito às antigas, fugindo da produção moderna mais tecnológica, mas com o conhecimento acumulado, utilizando os métodos tradicionais. Até o invólucro que protege a rolha foi substituido por um rústico lacre vermelho que parece fabricado com cera, muito interessante.

  Não há tanques de aço inox, computadores, prensas mecânicas, adição de conservantes, nem sulfitos. Mantém o mosto em grandes jarros cerâmicos, utiliza a madeira com parcimônia e leveduras naturais. Produz castas menos cultivadas no país, como a carignan, a garnacha e a pais (ou chilena).

  Empolgados com a proposta retrô e ao mesmo tempo inovadora provamos este exemplar que foi produzido com a casta pais.

   Logo ao colocarmos na taça, verificamos um líquido roxo intenso e turvo, denso, que obviamente dispensou a filtragem mais rigorosa.

  No nariz o aroma é pouco intenso, com notas de cravo e aniz, muito diferente. Esta rusticidade percebe-se ainda mais no paladar, com forte acidez, muita intensidade, herbal, notas de eucalipto e hortelã, um pouco terroso. Apesar da rusticidade, a certa falta de equilíbrio não incomodava e era compensada pelos sabores e pela inovação. Um vinho com personalidade única. Vale a pena conhecer.

CL 90

  Trio da Concha y Toro, 2010, Vale do Maipo, Chile

    Produzido pela gigante chilena Concha y Toro, uma das maiores produtoras do mundo, este vinho é um dos mais conhecidos na cena brasileira. Qual apreciador de vinhos nunca tomou um Trio? Muito pelo preço, mas também por ser considerado uma ótima opção de vinho para o dia a dia.

    Este foi produzido com 70% cabernet sauvignon, 15% cabernet franc e 15% shiraz e estava em seu auge. De rubi intenso, apresentou aromas um pouco fracos, com notas de fermento, frutas vermelhas maduras e balsâmico. Na boca teve bom equilibrio, frutado, com taninos suaves, macio, agradável, porém de baixa persistência. Agradou, como sempre, mas tem suas limitações.

CL 88



Max Reserva Errazuriz Carmenere, 2012, Vale do Aconcágua, Chile

  A Errazuriz foi fundada em 1870 e passou por muitos percalços ao longo da história, desde um terremoto que quase destruiu tudo em 1906, até um traumático período político de reformas agrárias e restrições de consumo, mas ela conseguiu se segurar e evoluir. 

  Em 1995 formaram uma joint venture com o famoso americano Robert Mondavi abrindo a Vinícola Seña, o primeiro de alta gama chileno. Em 2010  inaugurou a Vinícola Dom Maximiano, com a mesma proposta. Nos últimos anos a Errazuriz se consolidou como um dos principais produtores do país,  com técnicas sustentáveis, vinhos de qualidade e premiados internacionalmente.

 Abastecida pelo rio Aconcágua, no Vale de mesmo nome, estão as belas terras de cultivo da vinícola. Com clima mediterrâneo temperado e solos de origem vulcânica, acumulam conhecimento e tecnologia para produzirem grandes vinhos.

  Este carmenere degustado de cor rubi violáceo, tem no belíssimo aroma um de seus pontos altos, com uma intensidade impressionante, demonstra notas de frutas vermelhas maduras e em compota. Na boca é intenso, picante, forte, sabor a amoras, mirtilo, pimenta do reino e pimentão fresco. Taninos redondos e bom equilibrio. Um excelente vinho.

  CL 92



Vertice Ventisquero, 2010, Vale do Colchagua, Chile

    A vinícola criada em 1998, foi certificada em  2012 como vinícola 100% sustentável e está sob o comando do enólogo Felipe Tosso, produz vinhos de qualidade e têm tido bastante entrada no mercado brasileiro. Desde os vinhos mais simples aos mais elaborados ela costuma agradar e este rótulo, um de seus ícones, não foi diferente. 

 Produzido em parceria entre Felipe Tosso e o australiano John Duval, com carmenere 52% e shiraz 48%, estagiou 18 meses em carvalho francês e 6 meses em garrafa.

  De cor vermelha intensa, chega no nariz abrindo aromas complexos e intensos, a frutas vermelhas, cerejas negras e notas herbais. Na boca mostra ser aveludado, intenso, potente, picante, notas de frutas negras e pimenta do reino, estimula a salivação, taninos macios, absolutamente equilibrado. Um vinho excepcional.

CL 93

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