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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Degustação do Pacífico - 2 Chilenos e 2 peruanos, Casa Marin Lo Abarca, Doscientos Casa Verdi, Dom Manuel e Picaso

  Em 29 de janeiro de 2015 fizemos uma degustação muito interessante, provamos 2 vinhos chilenos e 2 vinhos garimpados e  trazidos do Peru, que apesar de ter ainda poucos produtores, faz cada vez mais, bons vinhos, demonstrando ter muito potencial e um ótimo terroix para a produção vinícola.

 O primeiro vinho a degustarmos foi o sempre bom chileno Casa Marin  Pinot Noir, que degustamos nesta Confraria pela terceira vez, agora na safra 2007, já que as anteriores foram a 2003 e 2006 e sempre nos encantou.


Casa Marin Lo Abarca Pinot Noir, 2007 Chile

  Esta vinícola chilena se localiza na região vinícola de  Casablanca, em Lo Abarca, parte do Valle de San Antonio, a apenas 4 Km do Oceano Pacífico, postada numa bela região de clima frio, se enquadra no conceito de vinícola boutique, dedicando-se à produção de vinhos de alta qualidade.

  Foi fundada em 2000 por Maria Luz Marin, quando se tornou a primeira vinícola chilena a ter uma mulher como fundadora, dona e enóloga. Hoje tem o apoio de Felipe Marin, seu filho e também enólogo.

  Na degustação, o vinho mostra a que veio, com um intenso aroma que privilegia as frutas negras e vermelhas, como mirtilo, cereja e framboesa e notas de champignon fresco. Na boca aparece um pinot vigoroso, encorpado, amadeirado, persistente, com leve amargor herbal. Tem boa evolução na taça, revelando complexidade e tornando-se um pouco mais adocicado no final. Grande vinho.

CL 93


O próximo vinho foi o peruano Picasso, que reencontramos , após prová-lo em maio de 2014, quando tivemos uma grande surpresa em nossa degustação.


Picasso Malbec Reserva, 2006, Peru

    Esta vinícola localizada em Ica no Peru, na verdade é mais tradicionalmente produtora de pisco e produz poucas garrafas de vinhos de qualidade, sendo este um deles. Sabemos que o país não tem tradição na produção de vinhos, mas em 2014 ficamos chocados com a degustação às cegas que realizamos e este foi o vencedor, em um dia em que provamos o Dominus e o Almaviva. Isto nos fez questionar se havíamos errado na avaliação, ou nos induzimos ao erro em função dos grandes vinhos presentes, ou se este vinho envelheceu de forma magnífica, sendo um processo da safra, ou quem sabe da garrafa específica.

  Abrimos esta garrafa, que consegui encontrar em nova viagem a este país, cheios de curiosidades e expectativas. Curiosamente, esta garrafa não fez lembrar muito a degustada anteriormente, mesmo sendo da mesma safra, pois quando degustamos a anterior, nem nos pareceu um malbec. Esta sim era um malbec mais típico, bem envelhecido, um pouco oxidado, já em processo de declínio de curva de idade. Tinha um aroma a frutas vermelhas e negras, notas de baunilha, compota e madeira. Na boca apresentava um sabor bem intenso, boa acidez, amadeirado, equilibrado, com taninos bem macios. Um bom vinho, mas nem sombra do que nos pareceu o primeiro e nos fez novamente refletir se erramos. 

  Minha conclusão pessoal foi que houve uma mescla de fatores na degustação anterior, que resultou em uma avaliação muito alta. Acho que a garrafa degustada em 2014 estava com características muito especiais, diferente desta, era melhor, o que já tínhamos ouvido dizer, que safras iguais podem sim, por inúmeros fatores, serem diferentes por garrafa degustada; mas também superavaliamos, quando acreditamos se tratar de vinhos mais gabaritados e famosos. Estes são fatos que nos ajudam bastante a aprender, a sermos mais humildades e serenos na avaliação dos rótulos futuros.

CL 90


Doscientos Reserva de Família, Casa Verdi, 2010, Chile

  Esta vinícola tradicional chilena foi fundada em 1918 por Aniceto Verdi e desde 2007 está sob a administração da família Combes e Ossandon , onde reúnem pequenos produtores cooperativados dos Vales do Maipo e Curicó.
  
  Este rótulo foi lançado em comemoração aos 200 anos da independência chilena em 2010, produzido com cabernet sauvignon 55%, shiraz 40%, petit verdot 4% e mourvédre  1%, envelhecido por 18 meses em carvalho francês.

  Na nossa prova, mostrou aroma de baixa intensidade a frutas vermelhas e baunilha. Na boca é potente, forte, tânico, bem amadeirado, amargo,. Um vinho rústico, que não empolgou.

CL 87



Dom Manuel Tacama, Tannat, 2010, Peru

   Já havíamos provado e comentado vinhos desta produtora, a Tacama, que é a  principal vinícola peruana e afirma ter os primeiros vinhedos da América do Sul. Produz este  vinho em que ela dedica seus maiores esforços, na chamado linha de alta gama. É produzido exclusivamente com uvas tannat e passa 12 meses em carvalho francês.

  Fechamos a noite com este belo vinho, em que apresentou aromas intensos e persistentes de balsâmico, terra e açúcar queimado. Na boca tinha acidez marcante, sabor intenso, amadeirado, potente. Muito interessante, diferente e agradável.

CL 91
  

  

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