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domingo, 18 de setembro de 2016

Courela 2012; Doña Dominga Reserva Carmenere, 2014; Ramirana Gran Reserva Cabernet Sauvignon, 2011; Benmarco Malbec 2013

  Na degustação do mes de nossa Confraria do Leo, realizada no dia 14/09/2016 no restaurante Caruaru, elegemos quatro muito bons vinhos tintos que agradaram bastante e seguem nossas impressões:


Courela 2012, Alentejo, Portugal

 A região do Alentejo tem muita história e ali o dinamarquês Hans Jorgensen e sua esposa californiana Carrie Jorgensen criaram e administram este empreendimento familiar. A Cortes de Cima rompeu com o padrão imposto pela região, o DOC Alentejo, por acreditar que com a liberdade de cultivar as uvas que lhe convier, pode conseguir excelentes resultados, aproveitando as vantagens do terroix local. Por isso utilizam em seus vinhos a denominação Vinho Regional Alentejano.

  A filosofia é de produzir vinhos de excelência, com muita intensidade e corpo. Seguem o interessante lema: " A vida é muito curta para fazer mau vinho".

  O Courela é o vinho tinto de entrada (o mais simples) da vinícola, que produz excelentes rótulos. É um vinho jovem, que não estagiou em carvalho, produzido com 48% aragonês, 46% shiraz e 6% touriga nacional.

  Degustado em 14/09/2016.

  Os aromas deste vinho são bastante intensos e agradáveis, destacando as frutas vermelhas doces como cereja e groselha, balsâmico e notas herbais. Na boca apresenta uma forte acidez, que predomina no paladar, é intenso, demonstra bastante frescor e médio corpo. É um vinho vibrante e picante na ponta da língua, com notas de pimenta do reino. Um vinho jovem que apresenta a proposta de frescor e descontração, mas  tem mais predicados do que a  grande maioria que produz vinhos com esta proposta. Realmente tudo o que já provamos desta vinícola agradou muito e mesmo sendo este o seu vinho mais simples, mostra muitos méritos.

  Avaliação:

  CL 88


  

Doña Dominga Reserva Carmenere, 2014, Vale do Colchagua, Chile

  Quem produz este rótulo é a prestigiada vinícola familiar Casa Silva, a qual foi fundada em 1997 pela família Silva, cujas raízes estão ligadas ao Vale do Colchagua há várias gerações, dedicando-se à produção de vinhos. A empresa busca ser uma das protagonistas no Chile na produção de vinhos de qualidade. 

  A linha Doña Dominga foi lançada em 1999 com o intuito de oferecer uma ótima relação custo-benefício, com vinhos bem acessíveis, que tragam fruta fresca, taninos suaves e agradável final, valorizando a sua terra, as pessoas e as tradições locais.

  Este rótulo estagiou 45% do vinho por 6 meses em carvalho francês e o restante do volume em tanques de aço inoxidável.

  Degustado em 14/09/2016.

  Os aromas deste vinho agradam, sendo os típicos do carmenere, destacando pimentões e frutas vermelhas, embora sem muita força. Na boca é agradável, de sabor intenso, bem equilibrado, taninos suaves, curto, levemente picante. É um vinho muito saboroso e prazeroso, que deve agradar a uma gama muito grande de interessados, é daquele tipo de vinho que todos acham muito gostoso, apesar dos aspectos técnicos não revelarem uma nota tão elevada, é excelente pedida.

  Avaliação:

  CL 88




 Ramirana Gran Reserva Cabernet Sauvignon, 2011, Vale do Maipo, Chile

  A vinícola Ventisquero, fundada em 1998, é uma das que mais cresce no Chile, com vinhos de muito boa qualidade. Em 2012 foi certificada como vinícola sustentável em 100% de seus vinhos.

  Esta linha " Ramirana" é inspirada na alma do cavalo criollo chileno e sempre apresenta rótulos muito competentes que ficam por conta do enólogo Alejandro Galáz.

  Este vinho estagiou 12 meses em carvalho francês, sendo 12% novos e o restante em barris de segundo e terceiro uso.

  Degustado em 14/09/2016.

  Os aromas são excelentes, aveludados, com destaque para as frutas negras como mirtilo e cassis, notas de chocolate, herbais e de pimentão. O sabor é intenso, taninos discretos e macios, bom equilíbrio, encorpado, concentrado, boa persistência. Curiosamente é um vinho que eu não recomendaria decantar, pois parte de seus sabores se destacaram de maneira mais intensa na primeira meia hora, após ser aberto, e com o tempo tendeu a acentuar mais a acidez e perder um pouco a maciez, mas sem comprometer a qualidade geral e o prazer da degustação, pois é um vinho muito bom e muito bem produzido, que vale a pena ser provado e isto é apenas um pequeno detalhe relativo à sua evolução, que até mesmo pode nem ser considerado um ponto negativo por alguns apreciadores.

  Avaliação:

  CL 90




Benmarco Malbec 2013, Lujan de Cuyo, Mendoza, Argentina  

  A enóloga Susana Balbo é uma das mulheres mais respeitadas no mundo do vinho. Com mais de 30 anos de experiência foi a primeira argentina reconhecida na função e se estabeleceu como referência no setor. Em 1999 fundou a Susana Balbo Wines, em Lujan de Cuyo, Mendoza, e iniciou seu negócio próprio, que acabou por tornar-se uma das melhores vinícolas argentinas. Hoje, além de Susana, que é a presidente da empresa, seu filho José, também enólogo e sua filha Ana, administradora, também compõem o quadro da vinícola.

  A linha Benmarco tem a proposta de explorar novos locais de cultivo, em altitudes mais elevadas,  destacando as qualidades do terroix e da uva, sob os cuidados do viticultor Edgardo del Pópolo.

  As uvas foram produzidas em Vista Flores, no Vale do Uco, em Mendoza a 1100 metros de altitude e o vinho estagiou por 11 meses em carvalho francês de segundo uso.

  Degustado em 14/09/2016.

  O vinho destaca muito as qualidades de um ótimo malbec. Aroma a frutas negras, como mirtilo, amora e notas de violeta, porém de pouca intensidade. O sabor é excelente, picante, intenso, encorpado, aveludado, noturno, muito equilibrado, taninos macios e leve amargor herbal. Um vinho que agrada ao fã da uva e o cativa. Se tivesse mais força aromática ganharia pelo menos mais 2 pontos, mas na boca é excepcional.

  Avaliação:

  CL 91

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